Fátima Ferreira: a astrologia como vocação

Fátima Ferreira

A astrologia como vocação

Esta é a história de uma mulher que descobriu na astrologia a sua verdadeira vocação. Fátima Ferreira, 38 anos, depois de quase duas décadas no estrangeiro, regressou a Tomar onde abriu uma loja de artigos decorativos e um gabinete de astrologia.

"O Templário" - Como surgiu a astrologia na sua vida?
Fátima Ferreira - Desde sempre que acalento uma certeza de que o mundo é muito mais do que podemos ver e explicar. Existe um outro lado invisível e a sua força é como uma mão que nos conduz. É nessa confiança que vivo e que alimenta o meu trabalho e a tarefa mais importante da minha vida: educar os meus filhos. Desde muito cedo que a psicologia me interessou, mas era já uma jovem mamã quando me apaixonei pelas estrelas e descobri afinal, que a astrologia é a mãe da psicologia. Nessa altura iniciei os estudos desta ciência em Zurique.

- Acredita, portanto, que os astros têm uma influência sobre as pessoas?
Tudo no Universo é energia. Os astros, as plantas, os animais, as profundezas da terra e as águas dos oceanos. Enfim, tudo o que existe, tem energia e está envolto no Grande Mistério da Criação, do qual nós fazemos parte. Um exemplo simples dessa influência, que podemos observar quando quisermos: a acção da lua sobre as marés.

- Mas em que medida é que se processa essa influência?
Quando nascemos, trazemos connosco as qualidades do dia, mês, ano, hora e local (país, cultura) onde nascemos. Os astros estão em constante movimento e são esses movimentos que compõem os ciclos da nossa vida. Estes movimentos, denominados trânsitos, activam a constelação do nosso nascimento "acordando" um período que pode ser vivido de várias formas, atendendo à constelação natal e ao karma (saldo de vidas passadas).

- Quer dizer que acredita também noutras questões como a reencarnação, por exemplo?
Não existimos aqui e agora por acaso. Os acasos não existem, o que existe por detrás dos chamados acasos, é uma enorme teia de motivos, de razões semeadas por nós. A astrologia kármica, ensina-nos que não existimos aqui e agora sem um passado. Esta é a única explicação que faz sentido. A morte, como fim de tudo, não faz qualquer sentido. A morte não é o fim, é a passagem para uma nova existência. Se reflectirmos sobre isto, a princípio é confuso, mas à medida que a nossa mente se vai familiarizando com o tema e nos damos conta da complexidade da questão, vamo-nos sentindo fascinados e percebemos, que quanto mais aprendemos sobre estes mistérios, mais nos damos conta do pouco que ainda sabemos. Por exemplo: Quando você conhece alguém de quem gosta e tem o sentimento de já se conhecerem há muito, pode ter a certeza que esse encontro é um reencontro, pois são almas que já se conhecem de outras vidas.

- De uma maneira geral quais as principais questões que os clientes apresentam?
O amor é o tema número1. Por uma razão muito simples: o ser humano não foi criado para estar só, não está simplesmente na sua natureza viver só, isolado. Necessitamos de alguém a nosso lado que partilhe a vida connosco, no seu todo. Isso é fundamental para uma mente sã. Há muita gente a viver na solidão, apesar de terem (aparentemente) um relacionamento ou de viverem na mesma casa. O medo e a solidão, são dois grandes males que resultam muitas vezes em doenças graves e outras vezes infelizmente em tragédias.

- E qual é a sua intervenção, ou seja, que respostas dá ao cliente?
Em primeiro lugar, é importante transmitir ao cliente a compreensão e o respeito que ele merece na sua situação de vida, seja ela qual for. "Iluminar" o lado positivo da situação, porque existe sempre um lado positivo por mais precária que a situação se apresente. Esta parte é extremamente importante porque muitas vezes passa-se a maior parte do tempo a "alimentar" um problema com pensamentos, com conversas, etc. e esquece-se do que se tem de bom na vida.
Procurar possíveis soluções em conjunto com o cliente. Só é possível encontrar soluções se existir disponibilidade da parte do cliente, em reflectir honestamente sobre as suas questões e olhar sem rodeios para o fundo de si mesmo.
Fazer compreender que há sempre uma solução para tudo mas que não existem soluções mágicas, a magia reside na paixão que cada um tem pela vida.
Por vezes, é necessário outro tipo de acompanhamento para que o cliente possa resolver a sua situação, como a opinião de um médico ou de um jurista por exemplo e nesses casos, fico feliz que os meus clientes sigam esses conselhos.

- Quais são os seus projectos nesta área?
Uma especialização (terapeuta de regressão) com início ainda este ano, em Zurique.Espalhar as sementinhas do autoconhecimento, da esperança, da paz e da confiança no coração dos que me procuram, é tarefa a que me proponho.

- O que considera ser a parte mais exigente da sua profissão?
O mais difícil na nossa profissão são dois aspectos: não projectar os nossos problemas pessoais nos nossos clientes e saber aconselhar da melhor forma alguém que nos é particularmente chegado, ou um membro da família por exemplo.

De onde vem a calma que transmite?
Todos os dias tiro alguns momentos para estar a sós comigo. É no silêncio que mora a calma e a paz.

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Quem é Fátima Ferreira?

Fátima Ferreira nasceu em França há 38 anos (nativa de Carneiro), numa altura em que os seus pais estavam emigrados. Regressaram à terra natal, tinha ela um ano de idade. Viveu e estudou em Tomar.Com 18 anos partiu sozinha para a Suíça à procura de novas oportunidades. Rapidamente se integrou naquele país, onde residiu durante 18 anos.
Regressou a Portugal há cerca de dois anos e meio. Depois de um curto período na área da restauração, decidiu dedicar-se ao que diz ser a sua verdadeira vocação: a astrologia e as artes decorativas. Vive com os seus dois filhos e concilia a profissão de astróloga com uma loja de artigos decorativos exclusivos em Portugal, a "Artes & Mimos" na Rua de S. João, em Tomar.
Para contactar Fátima Ferreira pode fazê-lo por E-mail: astrobalance@sapo.pt ou por carta para o Apartado 112 2300-999 Tomar ou ainda por telef. 918813240

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Fátima Ferreira: “O mundo é muito mais do que podemos ver e explicar”

Entrevista publicada no jornal O Templário de 2008-06-19