domingo, 1 de fevereiro de 2009

Bolachinhas para a alma

As enormes transformações a que assistimos pelo mundo inteiro não são apenas o esboço de um futuro que se prevê atribulado para muitos. Estas transformações são urgentemente necessárias, porque são a ponte de passagem para uma nova consciência individual e colectiva, com raízes na educação que geramos.
A vida é uma transformação constante, porque nada é estático, tudo evolui, tudo anseia a luz. A luz, como fonte de crescimento, de evolução e de alegria.
Ao longo do meu percurso de vida, já houve lugar para muitas emoções, para muitos sentimentos, para alguns caminhos. Todos estes caminhos e sentimentos, foram de uma enorme importância porque foram delineando a minha direcção e polindo a minha consciência. Como companheira fiel tive sempre uma enorme curiosidade, valendo-me mesmo alguns sermões em criança. Sempre procurei saber os porquês, os motivos por detrás dos quês. Sou uma eterna curiosa e uma eterna aprendiza, porque gosto de desvendar os mistérios não só dos acontecimentos como também e principalmente da mente humana.
Ainda que muitas vezes fique espantada com a motivação de algumas pessoas, com as razões e as prioridades pelas quais vivem ou fingem que vivem e com a negação de valores espirituais nas suas vidas. Diariamente vejo gente ás voltas com a própria sorte, receosas de amar, de evoluir, de aceitar responsabilidades.
Acredito no lado bom do ser humano, como criatura Divina, nascida livre, vinda da Luz e dou o meu melhor para que os meus filhos também acreditem.A espiritualidade ainda é vista por muitos como uma ciência abstracta, á qual alguns "estranhos" se dedicam.
A espiritualidade é a luz essencial em todos os sectores das nossas vidas e muito particularmente na educação dos nossos filhos. Uma educação sem a luz da espiritualidade pode ser comparada a uma semente que se enterra no jardim e se deixa entregue à sua sorte. Se não prepararmos a terra, se não a adubarmos, e a regarmos, muito dificilmente a semente desenvolve. Os resultados dependem de nós.
Os nossos filhos são sementes no jardim da nossa vida, mas eles não nos pertencem.São-nos confiados por determinado espaço de tempo, mas não são nossos, porque não são nossa pertença, como tantas coisas que possuímos nas nossas vidas. Os nossos filhos, são filhos do universo, a eles devemos protecção e afecto e o dever de transmissão de bases sólidas, nelas se inclui a espiritualidade. Estes "pequenos mundos"a que chamo aqui os meus e os teus filhos, são ao longo da vida o espelho dos valores do berço.
Penso que o futuro será o que nele projectarmos, na forma como educamos e nos "damos" aos nossos filhos. Claro que corremos riscos, e claro que temos de cometer erros, de outra forma não é possível fazer caminho. A não esquecer aqui que haverá muitos a tentar fazer-nos crer que estamos absolutamente fora de moda. Se estar fora de moda é dizer não à manipulação, isto também e especialmente dentro da própria família, respeitar a individualidade de cada um e do mundo à nossa volta, teimar em ser diferente para ser justo e destemido perante os desafios modernos e passageiros, sendo assim, é com gosto que estou fora de moda.
Acredito que a Divindade mora no peito dos meus e dos teus filhos, porque acredito que a Luz do futuro são eles.
Que não te falte o amor e a perseverança na tarefa amorosa e exigente, que é a educação do teu filho, à luz da espiritualidade.
Janeiro, 2009